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A CARNE NOSSA DE CADA DIA

  • Por: Carlos Roberts
  • 24 de mar. de 2017
  • 3 min de leitura

SEM INSPEÇÃO

No momento em que a qualidade da carne e embutidos é questionada em todo país, nos colocamos a imaginar qual será a confiança que podemos depositar no produto consumido em Marechal Deodoro, comercializado na nossa feira e mercadinhos. E o antigo assunto do abatedouro - que não temos - volta à discussão. E vem o temor de que a carne nossa de cada dia não tem a inspeção sanitária adequada.

SEM ABATEDOURO

Há anos se discute a falta de um abatedouro na cidade. E o que isto significaria em termos de segurança alimentar e geração de emprego e renda para os deodorenses. Num passado recente, veio uma verba de Brasília para a construção. Mas a obra não foi feita e o dinheiro voltou. E assim, os criadores tiveram que seguir negociando com os atravessadores que tem duas opções: Ou levavam o gado para uma cidade onde tem abatedouro, arcando com as despesas de transporte, custo do abate no frigorífico e o risco do animal não ser aprovado na inspeção. Tudo isto sem aumentar o preço final ao consumidor. Outro caminho do atravessador que compra o boi em Marechal, é abater o animal em um dos vários locais clandestinos espalhados pela área rural e ilhas ao redor da cidade. Livre dos custos adicionais.

POR ONDE ENTRA

A carne clandestina chega aos açougues e mercadinhos em veículos descaracterizados, sem refrigeração, com pessoal sem qualquer equipamento de proteção individual ou do produto. Atravessam a lagoa em canoas, cortando a madrugada. Quando passam pelo posto da polícia no Pólo, estão nos porta-malas ou nas carrocerias cobertas. E quando conseguem entrar na feira, também é durante a madrugada de sexta para sábado, no movimento intenso de comerciantes e consumidores nos três portões.

VIGILÂNCIA SANITÁRIA

Técnicos da vigilância sanitária de nossa cidade, tem feito o que podem para coibir o comércio clandestino. Na medida do possível, eles fazem fiscalização em horários alternados na feira e mercadinhos. No caso da feira, chegam ainda de madrugada e exigem a nota fiscal de origem do produto e conferem a qualidade do que está sendo comercializado. Já houve casos de apreensões. E também caso de sofrerem ameaça velada.

MERCADO DA CARNE

Há cinco anos foi construído o mercado da carne com dinheiro do Iphan. Vários comerciantes sérios, como o da foto que ilustra esta página, se mudaram para lá. Hoje a maioria das bancas estão vazias. Porque a população simplesmente não frequenta o local. Principalmente aos sábados, onde preferem fazer todas suas compras na feira. O que dificulta ainda mais a fiscalização.

MEDIDA DO POSSÍVEL

O problema é que embora sejam guerreiros e determinados, os técnicos são numa quantidade infinitamente inferior à necessária para uma fiscalização adequada. Por isso a necessidade de operações conjuntas e permanentes. O prefeito Cláudio Ayres, o Cacau, recentemente falou sobre o assunto com quem assumiu a pasta de saúde. Em uma das ações, está a intenção de capacitar funcionários públicos de outras áreas de fiscalização, como meio ambiente, e guarda municipal, para avaliar situações suspeitas e acionar a equipe técnica da vigilância. Assim, a fiscalização estaria presente em locais mais espalhados e horários alternados.

ENQUANTO ISSO

Como em outras áreas, não podemos apenas confiar e esperar que a fiscalização resolva nossa vida. O controle maior está nos olhos e disposição de cada consumidor em reclamar, denunciar e efetivamente decidir participar na melhora qualidade de vida de sua família e sua gente.

 
 
 

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